o riachense

Sábado,
20 de Abril de 2024
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Mária Pombo

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Não falo de legos
Falo de relações. De relações pessoais. Daquelas afectivas, de amizade ou de amor. Todas fortes e profundamente marcantes. Ou nem por isso…
Falo da necessidade que as pessoas têm de procurar outras pessoas, mas em versão perfeita. Como, se somos todos deficientes? Somos deficientes por querermos dos outros o que não temos: a tal perfeição.
Falo da necessidade de as pessoas quererem amizades perfeitas e amores perfeitos. Oh, só os conheço em forma de flor – uma das minhas favoritas – com um hífen pelo meio!
Falo da necessidade de as pessoas se afastarem quando corre menos bem, como se isso fosse bom ou fizesse sentir melhor. Não faz. Nunca fez. Como se fossemos todos descartáveis.
Tenho quatro irmãs e nenhuma de nós é igual à outra. Bem ao jeito dos dedos das mãos. Eu sou a mais alta, mas isso faz de mim uma pessoa alta? Claro que não, continuo baixinha.
Num grupo de amigos todos serão sempre diferentes, todos imperfeitos e por isso defeituosos de alguma forma, dado que “imperfeito†e “defeituoso†são sinónimos. Em última instância, os pontos fracos de uns são colmatados pelos pontos fortes de outros. Não se enganem, todos nós temos dos dois tipos.
E as relações só serão reais e perfeitas quando aceitarmos nos outros os seus defeitos. Mais: quando aceitarmos que nós próprios temos defeitos!
Porque se fosse apenas do “gostar†e do “querer†que estivéssemos a falar, tudo seria mais simples. A questão está no “aceitarâ€, o que complica um bocadinho.
Também há as pessoas com uma lata gigante. Algumas deveriam até transportar consigo um dístico a dizer: “sou de conservaâ€. Mas destas não me apetece falar agora. Será assunto para outro dia.
Lembramos palavras, gestos descompassados que nos fazem acreditar que vale a pena. Que estamos ou estivemos no lugar certo, na hora certa, com as pessoas ideais. E aqueles momentos foram perfeitos. As energias positivas impuseram-se às negativas. E queremos dar continuidade a essas relações. De amizade, de amor, não importa… Estas sim, fortes e profundamente marcantes.
E quando falo de relações, falo de coisas humanas, de calor, de texturas, de partilha, de sorrir só porque sim e de abraçar porque apetece, com todos os defeitos e imperfeições. Não falo de legos nem de encaixes perfeitos.
 
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