o riachense

Sexta,
03 de Maio de 2024
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Nos 80 anos do Atlético, o futuro está no centro das discussões

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Atlético Riachense completou 80 anos de vida
 
Foram Os Carpinteiros que deram o mote à festa de aniversário do Clube Atlético Riachense ao tocar “Eu Vim de Longe”, a conhecida música de José Mário Branco. “Eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei para aqui chegar, eu vou para longe para muito longe onde nos vamos encontrar, com o que temos para nos dar”, ouviu-se na sala cheio como um ovo. 80 anos da vida de um clube desportivo amador, filho de uma terra pequena mas cheia de vida, é sempre motivo de orgulho e de satisfação. O aniversário do Atlético honrou a sua qualidade e dignificou as suas características de símbolo de união e cumplicidade entre todos os que lhe dão corpo. É uma vida inteira de canseiras, de história que não reside apenas nos êxitos desportivos, mas acima de tudo na conquista diária de um viver colectivo, em comunidade, de conjugação de esforços e vontades para honrar cores, bandeiras e valores próprios que teimam em fazer de cada pessoa o que a identifica com outras.
De facto, o CAR vem de longe, de muito longe. E muito andou para aqui chegar. Mas não se fica por aqui. Vai para longe, para muito longe. Ou como disse João Carlos Santos, o actual responsável do Atlético, “este clube vai durar muito tempo. Daqui a 80 anos vão estar aqui os nossos netos a festejar o seu aniversário”.
Foram várias as vozes que se fizeram ouvir na festa de aniversário e que, para além de registarem a importância do Atlético e não colocarem em dúvida o seu futuro, desvalorizaram os êxitos ou a falta deles, relativamente ao lugar que a equipa sénior ocupa no campeonato. Nas palavras de João Carlos Santos “não importa o lugar em que se esteja na 3.ª Divisão, importa apenas que se pratique desporto”. E quanto à importância da massa associativa, este dirigente foi claro “o Atlético será aquilo que os sócios quiserem que ele seja”. Ou seja, não há donos do clube pois quem define as suas regras e o seu futuro são os seus sócios, cuja contribuição e envolvimento no trabalho diário é fundamental para que a coisa resulte.
A aliar a esta participação da população que tem sido uma pedra de toque da longevidade do clube, pois ele não é artificial, não nasceu nem vive por vontade exclusiva de algum mecenas ou benemérito, a aposta tem sido orientada para a formação. Com efeito, muito para além da competição desportiva própria de uma equipa sénior de futebol que milita num determinado campeonato, o Atlético nunca desvalorizou a formação, sendo sempre esta a sua primeira aposta. Daí que com a valorização de jovens desportistas, se mantém o clube, se dinamiza as suas várias modalidades e se garante o futuro.
Mas o Atlético não é só futebol de onze, também é atletismo e futebol de salão e em qualquer destas modalidades existe muita gente nova a vestir a camisola negra e branca. E a suar a sério pela camisola. E só pelas suas cores, ganhando apenas a grata honra de servir o clube da terra e de pertencer à mesma equipa de muitos seus amigos.
Mas à semelhança do que se passa com outras colectividades, também no Atlético as dificuldades são inúmeras para levar a bom porto este barco. Mas, num gesto de grande dignidade, os responsáveis não reivindicam apoios financeiros das entidades oficiais, designadamente da Câmara Municipal, mas apenas apoios nas infra-estruturas, tratamento da relva e energia eléctrica.
João Carlos Santos divulgou aos mais de 400 presentes no jantar que a Comissão Administrativa estava a apostar em três frentes: na formação; na redução de custos inerentes à organização das provas e na aproximação dos sócios ao seu clube.
Mas a festa podia ter sido de algum modo ensombrada pela entrada em falso de António Rodrigues. Com efeito, quando o presidente da Câmara subiu ao palco para a sua intervenção, ouviram-se assobios e o barulho na sala não cessou, dificultando o trabalho de quem pretendia usar da palavra. Por isso, Rodrigues pegou no microfone e disse apenas “já percebi que não me querem ouvir, muito obrigado, boa noite, viva o Riachense” e abandonou o palco perante a surpresa geral. Valeu a intervenção pronta mas calma de José Manuel Martins, a quem cabia a apresentação do programa, para fazer com que Rodrigues regressasse ao palco depois de se ter sentado no seu lugar à mesa. “Não nos envergonhem” disse o apresentador. E com essa frase, proferida em tom sério, José Manuel Martins motivou os presentes e obrigou o presidente da Câmara a retomar o discurso, agora sem ruído de fundo. Numa intervenção de circunstância, o edil municipal elogiou o Atlético, salientando a sua dinâmica e dos seus responsáveis, com especial destaque para José Júlio Ferreira que recebeu uma enorme ovação de todos os que participaram na cerimónia. Para além disso, Rodrigues garantiu o apoio do município nas infra-estruturas do clube, designadamente no tratamento da relva campo de futebol, e realçou a importância do lançamento do livro da história do Atlético, editado pela Câmara Municipal e cujo produto da venda reverterá a favor do Clube.
Aliás, o lançamento desse livro da autoria de Manuel Lopes, que vai constituir um acontecimento digno de relevo no campo editorial do concelho, está para breve, como foi anunciado por José Júlio Ferreira.
Entretanto, usou da palavra Rui Manhoso, anterior presidente da Associação de Futebol de Santarém e actual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol que elogiou a qualidade do Atlético e desejou-lhe grande longevidade. Francisco Jerónimo, actual presidente da AFS e natural dos Pintainhos, no seu primeiro acto público, disse que o Atlético é o sétimo clube mais antigo filiado naquela associação e atribuiu pela primeira vez um prémio de mérito pelos serviços relevantes prestados ao futebol distrital. O homenageado foi João Carlos Santos que ouviu enorme ovação.
O presidente da Junta de Freguesia, João Cardoso, salientou a história do clube e elogiou todos os que contribuíram para o que ele é hoje. Numa inspirada e oportuna intervenção, João Cardoso, que recebeu um dos prémios Dedicação, recordou a importância de alguns vultos da história recente do Atlético, designadamente a de Mário Varela e Carlos Gouveia.
A noite seria longa com a atribuição de inúmeros prémios distinguindo dirigentes e atletas. De entre três nomeados, um júri escolheu um vencedor em cada uma de diversas áreas (ver caixa).
No final de uma grande e entusiástica noite, Os Carpinteiros, grupo musical constituído propositadamente para o evento e do qual fez parte, curiosamente, Pedro Monserrate, o actual treinador da equipa de futebol sénior, encheram o Solar de música. Ouviu-se José Afonso, Sérgio Godinho, Carlos Paião e Madredeus, cantaram-se os parabéns e desejou-se longa vida ao Atlético. Assim seja. q C.T.
 
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