O Clube Atlético Riachense anda a receber as facturas da utilização do pavilhão municipal de Riachos. Entre as modalidades de ginástica de manutenção, ginástica desportiva, futsal e atletismo, a conta da Turrisespaços em Janeiro chegou quase aos três mil euros e em Fevereiro aos 2300 euros. O Clube de Natação de Torres Novas disse à rádio local que terá de pagar quase 30 mil euros pela utilização das piscinas municipais durante os dois primeiros meses do ano. A empresa municipal tem sob a sua alçada ainda os campos de ténis e o Teatro Virgínia.
Quando, em Fevereiro, o Atlético recebeu a primeira factura, as indicações da Câmara foram no sentido de ignorar porque tratava-se de uma mera formalidade contabilística. A estupefacção veio quando em Março a segunda factura intimava a pagar a dívida sob pena de não poder utilizar mais o pavilhão. José Júlio Ferreira, da comissão administrativa do Atlético, correu a indicar às secções do clube para não utilizarem mais o pavilhão. O resultado foi uma semana de interrupção das práticas desportivas no pavilhão e muitas preocupações entre os dirigentes e atletas.
A ginástica de manutenção andou à procura de espaços emprestados para prosseguir, a nova secção de ginástica desportiva, que tem doze atletas a prepararem-se para a competição, disse que parar é morrer, e o futsal chegou a pensar ir para o Palácio dos Desportos, porque tem campeonato ainda vai a meio. José Luís Mota, do atletismo, apelou aos atletas na página da secção: “vamos todos à luta, neste momento estamos na rua não temos local de treino e tudo isto porquê? Não sabemos, políticas, gente que não tem o mínimo de respeito por um trabalho duro e difícil que é dar formação a tantos jovens. Sim, porque esta secção de atletismo tem 43 jovens atletas inscritos na Federação, tem compromissos desportivos e agora não tem onde treinar. Por isso faço um apelo a todos os responsáveis, que pensem bem naquilo que estão a fazer a estes jovens e tomem a atitude certa”.
A informação prestada a o riachense pela Turriespaços é que a Câmara Municipal já está a tratar dos procedimentos para resolver a questão. Estes traduzem-se em elaborar um contrato-programa no âmbito do apoio ao associativismo, ao qual os clubes terão de se candidatar para depois receberem o montante pedido pela Turriespaços, o que estará contemplado no orçamento de 2013, segundo informação dada ao Atlético pela câmara.
A legislação actual impede a existência das empresas municipais com prejuízo, pelo que esta é uma forma encontrada para gerar receitas para a Turriespaços. Na prática, a Câmara transfere o dinheiro do aluguer dos equipamentos para os clubes que, por sua vez, pagam à Turrisespaços, criando assim uma receita para a empresa.
Entretanto, os clubes passaram pelo susto de terem de ficar sem actividade e, depois de algumas reuniões, permanece a insegurança quanto à resolução do problema. José Júlio Ferreira, contudo, disse-nos que ia dar indicações às secções para retomarem a actividade normal no pavilhão esta semana.
