o riachense

Terça,
23 de Abril de 2024
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Carlos Paula Simões

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A maneira de garantir um bom futuro é educá-lo bem
A maneira de garantir um bom futuro é educá-lo bem
Parafraseando Ghandi, afirmo e defendo que a grandeza de uma nação e o seu progresso podem ser avaliados pela forma como as suas crianças são tratadas.
Dois pontos de partida para esta minha reflexão:
- A legislação sobre educação especial, em que são excluídas das escolas de referência ou das unidades de ensino e de apoio nelas previstas as respostas específicas para as perturbações do desenvolvimento, a deficiência mental e as perturbações da personalidade e do comportamento, esquecendo que a educação inclusiva é uma componente da educação para todos e deve ter lugar numa escola pública, de qualidade, democrática, e só assim inclusiva. Esta lei utiliza um conjunto de critérios de identificação para sinalizar crianças com necessidades educativas especiais, pouco consensual, com os resultados que são por demais conhecidos: menos crianças apoiadas, crianças que ficam em casa porque deixaram de ter apoio na escola, crianças com elevado grau de deficiência que antes tinham apoios e que deixaram de os ter.
- Os relatórios sobre protecção e inclusão social, onde descobrimos, por exemplo, que mais de meio milhão de crianças estão em risco de pobreza e nos fazem concluir que a situação portuguesa nesta matéria piorou em termos absolutos. Motivo de vergonha nacional, muitas crianças apenas se alimentam com o que lhes é servido nas instituições de solidariedade social ou nas escolas...
As crianças não votam, não podem falar por si próprias. E as mais expostas são precisamente as mais pobres e as com necessidades especiais. É minha convicção que nenhuma criança deve ser deixada para trás. A missão do Estado devia ser a de assegurar a toda e qualquer criança, um início de vida saudável, justo, seguro e com valores.
Um início de vida saudável que obrigaria Portugal a ser um local onde as crianças nascessem de forma saudável, com acesso a cuidados de saúde que as mantivessem assim e com assistência médica acessível sempre que se encontrassem doentes; Justo porque o Estado garantiria que as crianças mais desfavorecidas teriam as mesmas oportunidades de aceder à mesma protecção e educação que as crianças dos estratos sociais com mais rendimentos; Seguro, porque toda e qualquer criança estaria devidamente protegida da violência familiar e urbana que se faz já sentir até nas vilas do interior e que já chega aos recreios das nossas escolas; Com valores sólidos e estruturantes como a solidariedade, a verdade, a tolerância e a responsabilidade, que seriam parte integrante de um projecto de educação, alargado à família e à comunidade.
Sem estes valores estruturantes, contribuiremos tão-somente para o desenvolvimento de adultos intolerantes, violentos, egoístas, incapazes de transmitirem aos filhos esses valores universais, num efeito de bola-de-neve que conduz ao défice dos valores humanos, morais e éticos que constituem os alicerces de uma sociedade de sucesso.
A cada dia que passa, em lugar de empurrarmos os nossos filhos para cima, de os ajudarmos a alcançar patamares para nós inatingíveis, limitamo-nos a arrastá-los connosco, enquanto mais ou menos esforçadamente tentamos assegurar o pagamento de empréstimos e rendas, esticar os ordenados para lá do meio do mês, corresponder às expectativas dos nossos patrões, arranjarmos tempo depois das horas gastas no transporte entre a casa e o trabalho para um simulacro de vida familiar. Não podemos fugir a esta realidade. Mas podemos e devemos exigir o apoio do Estado, para que na nossa ausência, sejam dados às nossas crianças os melhores meios de desenvolvimento, educação e saúde. No dia em que abdicarmos das nossas crianças, das mais necessitadas de entre elas, este País abandonará o comboio dos países civilizados. Onde já se encontra em posição periclitante, a avaliar pelas estatísticas que nos colocam quase sempre nos últimos lugares de tudo o que é bom.
O défice orçamental não é o mais grave problema de Portugal. O mais grave problema que o País enfrenta é o défice de esperança no futuro.
Actualizado em ( Quarta, 10 Abril 2013 23:29 )  
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