o riachense

Sexta,
19 de Abril de 2024
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A verdadeira casa do povo de Riachos
 
Há homens assim. Que fazem a casa onde vivem e a sua vida confunde-se com ela. Manuel Pacheco foi um desses homens. Nos últimos 40 anos o Café Pacheco viveu intimamente ligado ao seu criador. Durante estas quatro décadas o Café Pacheco marcou Riachos para sempre.  
Instalado no Largo, onde descansam e convivem os seus eternos sacerdotes ao fim da tarde, numa liturgia única de recordações, copos, suor e trabalho, o Café cedo marcou Riachos e se fez imagem de marca desta terra. Com as suas características únicas e próprias de casa do povo, lugar de culto e de convívio, por lá passaram gerações de agricultores, gente do campo e da oficina, artífices da latoaria, génios do torno, magarefes, mangas-de-alpaca, treinadores de bancada dos domingos de bola, homens que sobraram das tabernas de outrora, riachenses de gema. 
Muito mais do que um simples café, o Pacheco era um lugar de encontro entre amigos, de troca de palavras, de três dedos de conversa, de vagares e lazeres em reformas merecidas depois de vidas de trabalho nos campos. O Café Pacheco sempre foi um lugar de culto. Um lugar onde o riachismo mais se afirmou. Um lugar de cumplicidades e solidariedades várias. Riachos muito deve ao Pacheco. Ao Café e ao Manuel Pacheco. 
O Café Pacheco era um verdadeiro campo de futebol, com bancadas repletas de inquebrantáveis adeptos do jogo da bola, recostados em cadeiras e animados por um copo de tinto ou pela imperial com tremoços. Ali se gritou golo com a voz embargada e festejou-se a suada vitória depois de luta árdua, ali se consolaram mágoas e derrotas, se animaram as hostes, se manteve viva a esperança, ali muitos foram ao céu com o drible certeiro do Mário Pescador, sonharam com o tiro imparável do Carioca, comoveram-se ao recordar o incansável desportivismo do Feliciano ou brincaram com o frango do Alberto Barbeiro.
O Café Pacheco foi um dos lugares de Riachos que mais contribuiu para o fortalecimento da mística desta terra. Entre copos, pevides e longas amizades nascia a íntima ligação à terra. E, sem ninguém dar por isso, bastava pedir mais uma rodada e era servida numa bandeja a defesa dos seus valores, a valorização de um certo bairrismo e começava nesse momento o longo caminho de ser da terra, de pertencer a uma comunidade, de saudar a bênção do gado, de comungar as vitórias e as dificuldades do atlético, de ouvir as tubas da banda, de guardar os segredos da terra. Ali começava o sagrado ofício de ser riachense.
Graças ao Manuel Pacheco, o seu Café foi, ainda é e há-de continuar a ser, a verdadeira casa do povo de Riachos. O lugar onde mais se faz sentir o aroma e a força do riachismo.  

Actualizado em ( Sexta, 17 Maio 2013 16:08 )  
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