o riachense

Sábado,
20 de Abril de 2024
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Ana Isabel Santos

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Alguém que nos acuda!

Não fiz carreira nas juventudes partidárias. Não terminei a minha licenciatura ‘à Relvas’. E não comecei a trabalhar já perto dos 40 anos. E como eu, há milhares de jovens. E de adultos. E de reformados. E de pensionistas. Que sem perceberem muito bem porquê continuam a ser castigados pela austeridade de Gaspar.

Quando embarquei naquele voo da TAP, em Agosto do último ano, para emigrar para o Brasil, achava que já tinha assistido a tudo.  Tinha presenciado a ‘fuga’ de um antigo primeiro-ministro para Paris, um governo em ‘desgoverno’ para ‘parceiro europeu ver’ e uma classe média asfixiada em impostos. Ainda assim, dei-lhe o benefício da dúvida. A Gaspar. Pensei: ‘o tipo é reputado, sempre esteve mais ou menos afastado dos aparelhos partidários e tem, provavelmente, o perfil indicado para arrumar a casa’.

Enganei-me redondamente. Na recta final do ano, percebemos, que afinal os sacrifícios foram em vão. Contas feitas encerrámos o ano de 2012 com um défice de 6,4 por cento, o que representa um desequilíbrio orçamental de mais de dez mil milhões de euros. Para não destoar, a dívida pública seguiu a mesma trajectória e representa cerca de 120 vezes a riqueza gerada pelo país. É caso para perguntar: ‘e agora Gaspar?’.

O ano de 2013 já leva quase seis meses. E a receita mantém-se. Austeridade. E que me perdoem os mais entendidos. Mas aprendi que o consumo interno é um dos grandes motores da economia. Para existir consumo é necessário rendimento, para existir rendimento são precisos postos de trabalho. Com o crescente aumento do desemprego, parece-me que o consumo das famílias fica comprometido. Então, como é que se recupera o país?!

Surpreendentemente, depois do circo mediático em torno dos chumbos do Tribunal Constitucional e da saída de Miguel Relvas do Governo, volto a ouvir Passo Coelho numa comunicação ao país. Ouço-o falar em ‘coragem e esperança’, em ‘confiança’. Tenho dúvidas que as centenas de estudantes que abandonam as escolas e as universidades tenham motivos para se sentirem ‘esperançados e confiantes’ no futuro. Também me questiono se as famílias com situações de desemprego se sentem com ‘coragem’ para continuar, sem dinheiro para encher a despensa. 

Não lhe tenho grande simpatia. Mas começo a dar-lhe ouvidos. Manuela Ferreira Leite diz que ‘andamos a fazer sacrifícios em nome de nada’. Também me parece. O aumento do horário de trabalho dos funcionários públicos para 40 horas semanais, nem me incomodou, particularmente. O mesmo não posso dizer a propósito da redução de 30 mil funcionários públicos, da contribuição sobre as pensões ou do aumento das contribuições dos funcionários públicos para a ADSE.

Não entendo como é que uma espiral recessiva poderá contribuir para o enriquecimento do país. Para o aumento da sua competitividade e produtividade. 

E tu, Gaspar? 

 
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