o riachense

Sexta,
19 de Abril de 2024
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Vitória dos independentes em Riachos: surpresa ou boa estratégia eleitoral?

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Há três meses, quem acreditava que Alexandre Simas, um desconhecido da maioria das pessoas, ia ser presidente da Junta? O que fez ganhar as eleições em Riachos foi a capacidade de mobilização dos votos através da campanha eleitoral.
O GRUPPO apontou a mira para a vitória e delineou uma estratégia de campanha muito eficaz para um microclima político como o riachense, em que, com algum esforço, é quase fácil calcular os votos que se tem à partida e que se precisa para vencer. Sem grandes meios materiais, o GRUPPO fez uma campanha directa, assumindo uma atitude de convencimento das pessoas, com a determinação de quem sabe bem onde quer chegar. Criou para isso redes para fazer funcionar o ‘passa-palavra’ (quantos votos são determinados pela influência do vizinho ou do familiar?), diríamos até com uma pitada de populismo, dizendo o que as pessoas querem ouvir, inevitável quando se aposta numa campanha directa.
O sentimento global anti-partidos permitiu captar umas boas centenas de votos que fugiriam a uma candidatura do PSD e fugiram de facto do PS, CDU e BE. Estes e os votos de direita (foram 450 em 2009) garantiram desde logo uma confortável base de partida.
E foi isto o que o GRUPPO teve de melhor. Bons estrategas conhecedores do eleitorado riachense que souberam convencer as pessoas da adequabilidade para presidente da Junta de uma pessoa que pouco conheciam mas que tem carisma, é vivaço, tem uma longa experiência de vida. O próprio slogan dizia tudo: “Uma alternativa credível”. Uma vez implantada a aura de credibilidade, a probabilidade de vencer é altíssima.
A verdade é que, em Agosto, o PS de José Júlio Ferreira teve a Junta na mão e para isso acontecer era tão simples como… ter feito campanha. José Júlio Ferreira, que perdeu por 137 votos, não fez campanha, talvez pensando que o seu percurso nas colectividades e o alinhamento com Pedro Ferreira bastariam para ganhar. A campanha do PS no concelho focou-se essencialmente na eleição do vice para presidente, sendo vulgar ver nas arruadas da candidatura à Câmara candidatos das freguesias, nomeadamente da de Riachos. A candidatura encabeçada por José Júlio Ferreira não fez nenhuma apresentação pública, nenhuma arruada em nome próprio e não apostou no ‘boca-a-boca’. A distribuição de papéis nas caixas do correio não atribui nenhuma diferenciação a uma campanha.
Por outro lado, talvez com a campanha mais visível de todas, a CDU sofreu a maior derrota de sempre em Riachos. No oposto da campanha do GRUPPO, a campanha de António Júlio sofreu com o excesso da presença do emblema. O GRUPPO captou muitos votos e para isso acontecer, quem sofreu mais foi a CDU. Além disso, num momento em que as pessoas querem renovação (como está visto nos resultados municipais), o facto de a lista da CDU ser igual à de há quatro anos (saiu o n.º1, subindo os outros um lugar) resultou na perda de votos. Ou seja, com uma lista independente a jogo, a CDU, a segunda mais votada em 2009, era quem tinha mais a perder.
Já o BE tinha teoricamente o melhor programa, onde apresentava uma visão ideal para Riachos. O conceito de ‘ecovila’ foi tomado por João Luz como uma espécie de utopia para a qual se tinha de caminhar, através de propostas ambiciosas para implantar a longo prazo. Estabelecia de forma clara que à Junta cabem os projectos enriquecedores e à Câmara, as infra-estruturas e a manutenção dos espaços. Não batia constantemente na tecla do ‘exigir à Câmara’, o eterno síndrome de inferioridade das Juntas, que em Riachos é alimentado pela memória dos tempos míticos do GUIAR nos anos 1980, quando ‘se batia o pé à Câmara forte e feito’, e dos mandatos seguintes da CDU. É verdade que o dinheiro está na Câmara, mas esta ideia, quando dominadora, é castrante.
O programa do João Luz até foi bem acolhido junto dos opositores do PS e do GRUPPO, coisa raramente vista. Mas o BE confiou demais na adesão da população a um programa e também perdeu votos para a campanha directa.

Actualizado em ( Segunda, 14 Outubro 2013 14:17 )  
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