o riachense

Sbado,
20 de Abril de 2024
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Ana Paula Lopes

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 Eco... quê?

Quando foi assinado, em 1997, o protocolo de Quioto despertou consciências e trouxe para a esfera pública preocupações emergentes com o planeta, com o efeito de estufa, com o aquecimento global, com a emissão de gases nocivos e com a sustentabilidade. Até então encaravam-se as questões ambientais como uma preocupação das entidades poluentes (a grande indústria) e seus organismos reguladores, mas o cuidado com o planeta azul passou a ser responsabilidade de todos e de cada um. O Ecológico instalou-se no nosso vocabulário, nas nossas práticas e hábitos de consumo. Os produtos reciclados tornaram-se moda na altura e estes eram paralelamente ecológicos e económicos. Todos nós nos habituamos a escrever num papel mais pardo deixando de lado as folhas branquinhas onde costumávamos escrever e imprimir. Mas o fervor em torno dos produtos eco (lógicos) e da reciclagem foi esmorecendo com o passar dos anos e assiste-se hoje a um paradigma curioso: muitos dos produtos verdes são mais caros que os outros. E não podemos esquecer que, cada vez mais, as nossas escolhas estão sujeitas a uma condicionante determinante: o preço. Deixamos de comprar eco (lógico) para comprar eco (nómico)! Queremos diminuir a nossa pegada mas não podemos comprometer o orçamento familiar. Como aliar eco (lógico) e eco (nómico)?
Os nossos antepassados conseguiram viver em simbiose com o meio sem pôr em causa o esgotamento dos recursos, a deterioração do habitat e consequentemente a sua própria sobrevivência enquanto espécie. Uma das mais sábias lições que podemos herdar dos nossos avós, no que respeita à ecologia e à economia, é viver a sazonalidade. Adequar consumo e rotinas à época do ano e desfrutar do que mais carismático encontramos em cada uma das suas estações. Nos nossos dias poderá ser sinónimo de conforto e de desafogo económico andar pela casa em t-shirt e descalço em pleno mês de Dezembro enquanto o ar condicionado assegura uma agradável temperatura no seu interior, almoçar uma bela salada de verduras e terminar com um delicioso cheesecake de morangos. Nesta altura do ano os nossos avós usariam roupa bem quente, chinelos confortáveis, cobertores e lençóis “a peso”, comeriam uma bela sopa de feijão encarnado para aquecer o corpo, a alma e dar energia e sustento para um dia frio e pequeno, em frente à lareira onde arderiam uns cavacos de oliveira que aqueciam e iluminavam a casa. Mais económico e claramente um comportamento mais ecológico.
A propósito da questão do vestuário e da alimentação que nos desabituámos de adequar aos meses do ano aproveito para relembrar uma iniciativa também muito em moda no final dos anos noventa que procurou minimizar o uso dos equipamentos de ar condicionado e a consequente poluição e consumo energético: a sexta-feira informal. Neste dia da semana algumas instituições e escritórios permitiam aos seus funcionários deixar de lado o dress code e usar roupa confortável e adequada à temperatura ambiente, desligando-se o ar condicionado. Será também este um bom exemplo de uma conduta que permite aliar os dois ecos. Seria interessante retomarmos com mais convicção este tipo de iniciativa. Mas reconheço que é um exercício difícil.
Caberá então a cada um de nós encontrar uma forma de viver num estilo paralelamente eco (lógico) e também eco (nómico)!

Actualizado em ( Quarta, 20 Novembro 2013 16:56 )  
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