o riachense

Sexta,
29 de Março de 2024
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A mulher e a igualdade, a liberdade e a fraternidade

FARPADAS

Desde que existem pessoas na terra, são os homens que dominam as diversas sociedades que se foram sucedendo. Creio que isto aconteceu assim porque, até há relativamente pouco tempo, o poder esteve sempre dependente da força física, e os homens são mais fortes fisicamente do que as mulheres. As mulheres, para poderem libertar-se um pouco da escravidão a que os homens sempre as sujeitaram, tiveram de utilizar outros argumentos que não a força física. À força física bruta só se pode opor a capacidade de pensar.

E foi isso que as mulheres sempre souberam fazer melhor do que os homens: pensar. Por isso, durante muitos séculos, foram elas que governaram as casas. Mesmo sem dinheiro, nem outros bens materiais, conseguiram povoar a terra inteira. Os homens embebedavam-se e faziam as guerras e elas faziam a paz, alimentando e vestindo os seus filhos, tratando-os nas doenças e educando-os para os poucos anos que tinham de vida adulta. Ainda assim é, nas muitas sociedades extremamente pobres que existem em muitos países que fazem parte da ONU.

Eu acredito que todas as pessoas nascem iguais em direitos e deveres. Sejam homens ou mulheres, sejam heterossexuais ou homossexuais. Mas a organização das sociedades, até aqui imposta pelos homens, aumenta ou limita esses direitos e deveres. Por exemplo, quem nasce rico tem mais direitos quando nasce do que quem nasce pobre. Só pelo facto de nascer rico ou pobre. Quem nasce heterossexual tem mais direitos do que quem nasce homossexual. Só por esse facto. Há ainda países que condenam à morte os homossexuais. Poucos países aceitam que os homossexuais constituam família. Há países onde os homens podem legalmente ter 4 mulheres, mas não há nenhum país onde uma mulher possa ter mais do que um homem, etc., etc.

Apesar da revolução francesa ter como objectivo a igualdade, liberdade e fraternidade, foram precisos 150 anos para que as mulheres tivessem direito de voto em França. Isso só foi possível depois da última guerra mundial, em 1945. Em Portugal, em 1947 ou 1948 saiu uma lei sobre a escolaridade obrigatória em que os rapazes tinham que fazer a quarta classe mas as raparigas apenas eram obrigadas a fazer a terceira.

À medida que as sociedades evoluem e se desenvolvem, a força física perde importância em relação à capacidade de pensar, e por isso as mulheres vão aumentando a sua capacidade de decisão.

Em 8 de Março de 1857, nos Estados Unidos, 130 mulheres foram queimadas vivas dentro de uma fábrica, apenas porque faziam greve para deixarem de trabalhar 16 horas por dia e passarem a trabalhar 10 horas. Essa data foi aproveitada pela ONU para instituir o dia internacional da mulher, mas só em 1975. Para que ao menos um dia em cada ano os problemas da igualdade e da liberdade entre as mulheres e os homens fossem debatidos. Há poucos anos, alguns estados vão tornando obrigatórias listas paritárias para os partidos concorrerem às eleições. Mas em França, por exemplo, alguns partidos preferem pagar multas do que cumprir a lei. E só muito raramente o cabeça de lista é uma mulher.

Alguns dizem que o que é importante é a competência, não é ser homem ou ser mulher. No entanto, a julgar pelos resultados, muitos dos homens que ocupam lugares importantes de decisão são incompetentes. No entanto raramente são substituídos por mulheres, mesmo que as haja competentes.

Para fazermos uma pequena ideia da luta que as mulheres ainda têm de travar para chegar à igualdade com os homens, olhemos para o que se passa com a Igreja Católica.

Depois de Jesus Cristo, a pessoa mais importante da Igreja é uma mulher: Nossa Senhora. Segundo a Igreja, só duas pessoas estão no céu em corpo e alma: Jesus Cristo e sua mãe. Mesmo assim, as mulheres tiveram sempre posição subalterna na estrutura da Igreja. Só homens solteiros podem ter poder de decisão. As mulheres estão e sempre estiveram afastadas dos poderes de decisão na Igreja. Apesar da fé dos católicos. Mesmo assim, para mandar, só os homens é que servem e têm de ser solteiros.

Ainda há muita luta para travar e muito caminho a percorrer.


Actualizado em ( Quinta, 20 Março 2014 11:16 )  
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