o riachense

Quarta,
08 de Maio de 2024
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Um voto por um país diferente

Começou há dias a campanha eleitoral para as eleições europeias. Na minha frente, a primeira página de O Público de Domingo, 11 de Maio. Ex-conselheiro de Durão (Barroso) diz que ajuda a Portugal resgatou a banca alemã. Lida a entrevista, só posso, aos actuais governantes da Europa, chamar, no mínimo, gatunos. Que andaram a vender-nos Passos Coelho e Paulo Portas, com o cinismo de Barroso e de Merkl? A austeridade, com que os trafulhas políticos nos exploraram, para pagarmos as suas vigarices financeiras? Para salvar os bancos, franceses e alemães, puseram os países do sul a pão e água. O Euro alemão, sueco, finlandês, francês, holandês, belga, austríaco, não vale o mesmo que o grego, o português, o espanhol, o italiano. Se recebo menos que esses europeus, pago impostos directos e indirectos mais caros, sou desapossado de mais de 30% da minha reforma, obrigam-me a pagar mais um por cento para a ADSE, pago taxas moderadoras da saúde, sem contrapartidas à altura, caras, mexeram no IRS para me explorarem em nome dos banqueiros que são absolvidos, ou perdoados, dos ex-gestores e ex-ministros e ex-deputados que venderam o país a metro, a quilo, para não dizer ao desbarato, em troca de condecorações e comendadorias. Limitam-me, inclusive, as possibilidades de apoio a familiares desempregados, cortam às nossas crianças o direito a uma vida de dignidade, aos nossos jovens a esperança dum futuro, mas têm a desfaçatez de falar em misericórdia e sopa dos pobres, quando mandam os seus filhos para os colégios ingleses e alemães e passam a vida a cirandar entre África, Timor, Bruxelas e o Brasil. Venderam-nos gato por lebre, com a bênção de Cavaco Silva e a cumplicidade mal escondida do PS. Quanto ganham, pagam de impostos, metem no bolso, não há ministério público, não há jornalismo, não há dignidade política, que chame os nomes aos bois. Não acredito que todos os socialistas sejam tão maleáveis e escorpiões como alguns que conheço, de ginjeira, há décadas. Mas, que parte substancial dos que estão no aparelho e nas suas relações com a finança, a banca, a igreja, a maçonaria, são tão sérios e cheios de pena dos cidadãos, como os que estão, hoje, do PSD e do CDS, no poder, nem um minuto duvido.

Vou exercer o meu direito de voto, como um protesto. Contra o PSD de Cavaco Silva, Passos Coelho, do CDS de Paulo Portas. Contra o PS de Sócrates e de Assis, que são o PS de António Rodrigues. Um voto de protesto, em nome do passado que fui, do presente que sou, do futuro de meus filhos e netos. Um voto de protesto pela desigualdade cada vez mais profunda, não só entre ricos e pobres, mas no tratamento legislativo, executivo e judicial, diferenciado entre ricos e pobres, que esta maioria e o pesadelo sombra do PS criaram neste país , desde o 25 de Novembro.

Este país necessita dum novo 25 de Abril, isto é, um novo recomeço. Na educação, na cultura, na democratização e desenvolvimento da sociedade. Protesto contra a corrupção e a sua protecção visível pelos que se julgam donos do país, fazem as leis que não cumprem, inventam a austeridade que não seguem. Contra uma elite nacional parasitária ao serviço dos traficantes do planeta. Não voto em branco, nem voto nulo. Seriam votos perdidos e, neste momento, é preciso dizer aos filhos da puta da Europa, que são mesmo filhos da puta. Somos um povo pobre, mas não somos um povo à venda. Aos criadores dos campos de concentração, aos exploradores racistas, aos defensores do nazi-fascismo, aos pseudo-democratas ao serviço dos banqueiros, digo-lhes que o meu voto é contra eles. E apelo a que se vote, em qualquer partido que não seja os do poder, com a confiança de que o 25 de Maio é o primeiro dia da vitória contra o despudor, a hipocrisia, a corrupção, a chantagem, a vilania. Um voto pelos nossos filhos e netos, por um povo que tem perdoado demasiado o modo como o tratam.

15 de Maio de 2014 

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António Mário escreve sempre às quintas-feiras em www.oriachense.pt 

Actualizado em ( Quinta, 15 Maio 2014 11:10 )  
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