o riachense

Quinta,
28 de Março de 2024
Tamanho do Texto
  • Increase font size
  • Default font size
  • Decrease font size
Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

Escola para todos

Viver neste mundo 

A escolaridade obrigatória e gratuita é uma conquista de Abril. Significa que, independentemente do meio social de que é originária, qualquer criança tem acesso à educação, pode obter instrução e aspirar a ser o que sonha ser. Basta estudar e obter bons desempenhos.
 
O problema é o que este paradigma está subtilmente a mudar. As alterações que se têm assistido nas escolas prejudicam o princípio da escola para todos. Mega-agrupamentos e encerramento de escolas, mega-turmas e sobrecarga de trabalho para professores, falta de crédito horário para apoios, projectos, desporto e outras formas de ajudar os alunos a desenvolverem as suas competências. A escola pública que tínhamos há meia dúzia de anos protegia os alunos com mais dificuldades e paralelamente permitia o cumprimento do currículo e consequente sucesso dos bons alunos.
 
Cada vez mais nas escolas se torna difícil responder de forma personalizada às necessidades individuais.
O ministro bem disse que se ia inspirar nos modelos orientais…
 
Mas a verdade é que cada aluno é um individuo. Com suas competências e projectos e afecto a uma realidade socioeconómica. Tem que ter acesso às mesmas oportunidades. E tem que ser respeitado.
 
Estamos a andar para trás no tempo. Estamos a voltar à escola que perpetua as diferenças. Estamos a voltar ao tempo em que só se pode fazer a escola primária na aldeia (e agora, para alguns, já nem isso) porque depois é preciso ir para a cidade para avançar nos estudos e quem sabe daqui por dois ou três anos seja necessário voltarmos àquela realidade em que só em grandes cidades se frequenta o liceu (ou então ficar na zona mas na escola industrial). O ministro gosta desta segmentação. Os bons que seguem o liceu (que convém serem poucos) e os outros que devem o mais cedo possível seguir a via profissional.
 
Mas a educação não é só a preparação de uma profissão.
 
E tudo o resto que uma escola tem para oferecer? O domínio da língua, a literacia, a biblioteca, o saber estar e saber ser, o desenvolvimento do raciocínio, o contacto com o método científico, a formação da personalidade, a realização de projectos, o desporto?
 
Não é um espaço de transmissão de conteúdos. É um espaço de formação. Por isso não pode ser racionado. 
 
A tutela e os sindicatos envolvem-se frequentemente em desavenças e polémicas e o que transparece para a opinião pública é que a luta se trava a propósito de questões laborais.
 
Mas não é isso que está em causa…
 
À parte da questão dos salários, dos cortes, dos concursos e das provas para professores, pais, olhem para o que se está a passar nas escolas e sejam exigentes. Turmas mais pequenas, apoio aos alunos com dificuldades, projectos, salas de estudo.
 
Não se trata de um problema de uma classe mas é um problema que nos afecta a todos. Que escola querem para os vossos filhos? A escola tem que ser de qualidade e para todos e a sociedade tem que lutar (outra vez ) por isso.

Actualizado em ( Segunda, 22 Setembro 2014 15:00 )  
{highslide type="img" height="200" width="300" event="click" class="" captionText="" positions="top, left" display="show" src="http://www.oriachense.pt/images/capa/capa801.jpg"}Click here {/highslide}

Opinião

 

António Mário Lopes dos Santos

Agarrem-me, senão concorro!

 

João Triguinho Lopes

Uma história de Natal

 

Raquel Carrilho

Trumpalhada Total

 

António Mário Lopes dos Santos

Orçamentos, coisas para político ver?
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária