Como é de conhecimento geral, a Junta de Freguesia de Riachos tem-se recusado a assinar o protocolo de transferência de competências que a Câmara lhe tem proposto, basicamente para assumir as responsabilidades pelos espaços camarários (espaços ajardinados, limpeza de valetas, árvores públicas, etc.) situados na freguesia, alegando que as verbas correspondentes ficam muito aquém do que esses serviços exigiriam, além de haver uma manifesta desigualdade no cálculo com responsabilidades semelhantes na cidade, onde, pelo menos para a Câmara, esse tipo de serviços deverá ser pago por valores muito mais elevados. Nesta posição os riachenses estão acompanhados pela Junta de Assentis, certamente não por acaso as duas únicas juntas do concelho que não são da mesma cor da maioria municipal.
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Além disso, também a oposição na Assembleia Municipal, de maneira geral, considerou que as propostas de plano e orçamento apresentadas por Pedro Ferreira privilegiam de modo flagrante a cidade, desprezando o resto do concelho.
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Afinal, parece que tudo isto não passou de um erro de interpretação, quiçá mesmo de um abuso por parte da oposição, do que serão as verdadeiras intenções do Senhor Presidente da Câmara, conforme este teve oportunidade de esclarecer e de nos iluminar em extensa e, sinceramente, recomendável, entrevista dada na passada semana ao Jornal Torrejano.
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Aqui ficam, desde já, os nossos agradecimentos ao Senhor Presidente, por nos fazer ver a razão, embotada pela nossa irremediável condição de matarruanos, mal sabendo ler e escrever, pedindo que não nos leve a mal, foi sem intenção de ofender...
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Ficou tudo agora esclarecido. Respondendo à pergunta do jornalista sobre o que gostaria de fazer nos próximos anos, Pedro Ferreira, com imensa paciência e elevado didactismo, lá nos mostra como estávamos enganados: “Neste mandato, gostaria de concluir as grandes obras em curso: o Convento do Carmo, reconversão da Garagem dos Claras, a obra da escola Manuel de Figueiredo, que vai dignificar o ensino, e gostaria de fazer o centro escolar de Santa Maria. Gostaria também de deixar uma grande marca de interesse regional, ao nÃvel do turismo e do desporto, através da construção do Parque Urbano e vou fazer todos os esforços para o conseguir.â€Â
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Ora, qualquer pessoa sem má intenção e com um conhecimento mÃnimo da geografia torrejana facilmente localiza estas obras entre a estrada da Má-lã e Pé de Cão, com um pequeno desvio a Valhelhas e outro a Carvalhal do Pombo, pelo que cai por terra essa coisa de que só Torres Novas é que conta e o resto é campo para semear milho.
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Ficam por aqui os grandiosos projectos autárquicos? Não, há ainda a intenção de um novo quartel dos bombeiros (tanto quanto sabemos, previsto para junto dos Casais Pinheiros), umas coisitas para um tal edifÃcio do Caldeirão (junto à s bancas de beira da estrada onde se vendem as laranjas do Pafarrão), novas soluções para armazém, oficinas e parqueamento das nossas viaturas [municipais], e em 2015 deve ser possÃvel criar, finalmente, um parque para camiões, tudo isto entre as Moreiras Grandes e as Pequenas, para ninguém ficar com inveja.
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Modestamente ainda refere, sem nomear mas certamente a pensar na Cova do Minhoto, umas intervenções nas zonas industriais, e de forma quase envergonhada a única intervenção que se situará em plena cidade, logo acima do Jardim das Rosas: a compra de um dos moinhos da Pena, para ver se aquilo desemperra.
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Ainda alguém tem dúvidas sobre a má interpretação que esteve na base desta campanha caluniosa? Então fiquem lá com uma última citação, em resposta a uma insistência malévola do jornalista, provavelmente alinhado com os abusos da oposição, sobre as vantagens para a população local e o equilÃbrio do território da construção do prometido centro escolar de Alcorochel / Brogueira: “A construção de um centro escolar na Brogueira iria descaracterizar o centro escolar de Santa Maria, que vai receber as crianças de Liteiros e Parceiros da Igreja.â€
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Obrigado, Senhor Presidente, ficamos todos esclarecidos.