O Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Riachos foram escolhidos para participar numa produção que transforma a música do folclore de Portugal em música erudita.
Tocando Portugal – Recital quase um Doc, do colectivo Rumos Ensemble, reúne uma selecção de temas tradicionais de dez regiões portuguesas (Algarve, Alentejo, Lisboa, Ribatejo, Beiras, Porto, Trás Os Montes, Minho, Açores e Madeira), arranjadas para trio de violino, clarinete e piano, num concerto multimédia. O Rumos Ensemble é constituído por Anne Victorino d’Almeira (violino), Luís Gomes (clarinete) e João Vasco (piano). O cenário é criado com a projecção de filmes originais sobre cada região, nos quais se evocam elementos de beleza natural e arquitectónica, e se ouvem depoimentos de personalidades proeminentes de cada região, como António Victorino d’Almeida, Janita Salomé, Carlos Alberto Moniz ou… Joaquim Santana.
Aqueles três músicos eruditos, que têm carreiras internacionais sólidas, olham neste projecto para o património musical português “com energia renovadora, contemporânea, porém acessível a todos os tipos de público, do mais erudito ao mais popular”, assim o descreve a sinopse que antecipa o lançamento. Na descrição e nos vídeos já divulgados observa-se uma transversalidade artística e estilística da música e o “carácter eclético” dos arranjos. Um dos objectivos, dizem ainda, é “levar Portugal ao mundo” através da música.
No filme do Ribatejo, Joaquim Santana discorre sobre o que foi e é viver aqui e depois o rancho interpreta o fandango, que logo é apropriado pelo trio, que lhe dá um novo rumo. As gravações foram feitas no dia de São Martinho em 2014, no Picadeirinho, em Riachos.
A estreia foi no dia 6 de Abril no Salão Nobre do Conservatório Nacional, em Lisboa, e a seguir, a primeira digressão arranca no Brasil ainda este mês, com apresentações já agendadas para cinco cidades (Santo André, Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói). O grupo já disse entretanto que o projecto vai ter diversas digressões e que é provável que venha ao Ribatejo, quem sabe a Riachos.
