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Câmara de Torres Novas aprova orçamento de 31 milhões focado na cidade

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Na av. Senhor Jesus dos Lavradores, os passeios foram feitos só de um lado. A conclusão é uma das poucas intervenções previstas para Riachos

A Câmara Municipal Torres Novas aprovou, por maioria, na sua reunião do último dia de Outubro o Orçamento e GOP (Grandes Opções do Plano) para 2017.

Mais uma vez a maioria socialista no executivo liderado por Pedro Ferreira não logrou convencer os vereadores da oposição da bondade das suas propostas.
Os documentos tiveram o voto favorável apenas dos eleitos do PS, com a CDU e o BE a votarem contra e o vereador do PSD a ficar-se pela abstenção. Para o social-democrata Henrique Reis, este orçamento reflecte o costume e Torres Novas continua a padecer de identidade própria. A vereadora da CDU Filipa Rodrigues afirmou que o orçamento mais parece uma lista de espera, dadas as indefinições que contempla a nível de verbas orçamentadas, e a vereadora bloquista Helena Pinto entende que as escolhas da maioria socialista não correspondem às necessidades da população e que o BE não se revê neste orçamento.
O valor global do orçamento é de 31,5 milhões de euros, incluindo neste montante cerca de 5,7 milhões de verbas a definir, ou seja, que não têm, nesta altura, ainda cobertura para que se possa realizar a respectiva despesa.
Duma leitura rápida do documento ressalta um grande investimento em obras na cidade, quase todas no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano), com obras várias no centro histórico, desde a pedonização de algumas artérias à criação de ciclovias urbanas. No total consomem cerca de oito milhões de euros, parte destes ainda a definir. Fora do PEDU ainda estão as obras de remodelação do Centro Escolar de Santa Maria e da Escola Maria Lamas, que valem por junto cerca de 4 milhões de euros.
Das restantes obras constam também a reabilitação da antiga central eléctrica, com mais de meio milhão de euros, 450 mil para o arranjo da envolvente do hospital, outro meio milhão para a Avenida João Paulo II (troço entre a rotunda da A23 e a rotunda no início da Avenida Andrade Corvo, com cerca de 200 metros), e ainda 421 mil para o arranjo envolvente ao parque de estacionamento subterrâneo.
Estão ainda orçamentadas intervenções no castelo (370 mil euros), na reabilitação do Nogueiral (350 mil) e o apoio às instalações dos Bombeiros (190 mil).
Tudo junto, nestas obras e projectos vai metade (cerca de 15 milhões de euros) do orçamento municipal. Se a estes números somarmos cerca de 8 milhões com os encargos de pessoal e mais 4 milhões de serviço da dívida do município, além de 370 mil euros para o funcionamento e a programação do Virgínia, fica uma melhor ideia do que resta para o resto do concelho...

Riachos outra vez a ver navios 
Para as freguesias, tirando uma intervenção na Vila Cardílio orçada em 370 mil euros, a Câmara promete alcatrão com fartura para a pavimentação de algumas vias e arruamentos, mesmo que não se perceba bem com que dinheiro... No caso da freguesia de Riachos está prevista a ligação da rua Urbanização Parque Verde e rua das Padeiras, terminar o asfaltamento da rua das Escolas e a rua Padre Cruz, todas em Casais Castelos, e na vila estão previstas intervenções nas ruas da Pátria, 1º de Maio, 25 de Abril, Lugar Novo e rua de Valada. E ainda os passeios na Avenida Senhor Jesus dos Lavradores.
Tudo isto está listado, é verdade, mas estas obras não têm verba própria prevista no orçamento, onde apenas constam 250 mil euros para o total do concelho no que se refere a pavimentações de arruamentos. Basta comparar com o meio milhão reservado para as escassas centenas de metros da Av. João Paulo II, na cidade.
Quanto a intervenções de outro tipo, como a remodelação da Casa do Povo e as aquisições do mercado e do cinema, questões tantas vezes discutidas (e prometidas), não estão previstas para 2017, independentemente de já ter havido deliberações do executivo nesse sentido.
Também o prometido arranjo do Largo poderá não avançar para já, uma vez que está apenas prevista uma verba de 40 mil euros, mas que está ainda por definir.
A Zona Industrial de Riachos é contemplada com 200 mil euros em 2017 e mais 50 mil em 2018, o pior é que essa verba não está ainda definida, isto é, não existe cobertura para ela.
Faltam poucos meses para as próximas eleições autárquicas...

Actualizado em ( Quinta, 24 Novembro 2016 12:51 )  
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