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Carlos Gameiro

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Mui garbosa vila de Riachos, 26 de Setembro de 2009

"A culpa é dos políticos. Com o dinheiro que ganham, deviam ter inteligência para pensar que a melhor altura para marcar eleições é no pino do Inverno, pois toda a gente sabe que a abstenção anda sempre sete ou oito pontos acima do valor máximo da temperatura".

     Querido diário
       
Hoje foi um dia de cuidada reflexão e por isso não se passou grande coisa. Ainda assim, muito se tem passado, e palpita-me que muito se passará amanhã, e foi sobre isso que reflecti cuidadosamente. Como alguns portugueses bem sabem, amanhã será dia de eleições, mote suficiente para suscitar previsões, dúvidas, algumas surpresas e certezas em igual número. Amanhã elegeremos (alguns de nós, pelo menos) um novo Governo. E desconfio, pelo que conheço dos portugueses, que é capaz de ser o mesmo que já lá está. Desconfio também, que mesmo que não fique o que lá está o que vier não há-de ser muito diferente. É a velha história das moscas e da sua companheira preferida. De uma coisa tenho a certeza – todos os partidos alcançarão uma grande vitória.
Outra certeza que tenho (vamos lá a ver se me não engano) é a de que pela primeira vez na história deste país a escolha dos portugueses - os tais três ou quatro - dependerá muito mais da performance dos candidatos em programas (bons, muito bons) de humor e documentários de carácter intimista, estilo revista cor de rosa, do que da sua capacidade argumentativa em debates políticos. Assim como assim, palhaçada por palhaçada…
Mas apesar de tudo a malta vai votar. Alguns, claro. Os outros vão dar corpo a mais uma surpresa, ou melhor, duas. Amanhã, lá por volta do sol-posto, quando estiverem a chegar a casa, de geleira e guarda-sol às costas, serão surpreendidos com a estranhíssima imagem do primeiro-ministro há uma data de anos Sócrates a festejar o facto de ser… primeiro-ministro. E então constatarão, com ainda maior surpresa, que foi dia de eleições e ninguém os avisou. A culpa é dos políticos. Com o dinheiro que ganham, deviam ter inteligência para pensar que a melhor altura para marcar eleições é no pino do Inverno, pois toda a gente sabe que a abstenção anda sempre sete ou oito pontos acima do valor máximo da temperatura. Será difícil perceber isto?! Não faz mal, não hão-de faltar oportunidades. E se as coisas começarem a correr mal, se calhar mais do que as que precisaríamos? E se as coisas começarem a correr mesmo, mesmo mal, muito menos do que as que gostaríamos?
Não sei, não sei como vai ser, nem amanhã nem depois. O que vou sabendo e aprendendo, é que cada vez há mais apenas dois tipos de portugueses: de um lado os que vão assumindo a posição e tentam descontrair, do outro os que começam a sentir dificuldade em sentar-se…

Post scriptum: todas as ideias expressas neste texto são, obviamente, pura fantasia, uma vez que nenhuma delas poderia ter sido escrita antes do dia das eleições.

Actualizado em ( Terça, 13 Outubro 2009 23:16 )  
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