Hoje faço silêncio
Hoje não vou ser boa nem falar de coisas bonitas. Hoje faço silêncio. Silêncio de luto, de descontentamento, de revolta.
Faço luto pelo nosso belo Portugal e pelo buraco negro onde se está a deixar entrar e de onde parece não ter forças para sair. Revolta e descontentamento. E indignação. Pela dúzia e meia de senhores que se estão a rir de todos nós e a apoderar do que de melhor temos (ou algum dia tivemos), e do pior também. E qualquer dia nada restará, a avaliar pelo “agora”.
Eu, que não sou partidária mas sou eleitora activa e preocupada, pergunto: como fomos nós, portugueses, escolher aqueles governantes, entre tantos outros cidadãos competentes e responsáveis?
Hoje faço silêncio em nome do meu querido Portugal, que parece ter tanto de belo como de ingénuo, ou de estúpido, ou até de mau…
Deixo estas linhas em branco ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________para __________________________________________________________________________________________________________________________que os senhores leitores sejam, hoje, também escritores ou criadores de textos ou desenhadores de palavras, ou ainda “esboçadores” de letras, ou outras coisas que lhe queiram denominar.
Tomem a iniciativa, vá! Escrevam a primeira coisa que vos vier à memória. Sem repúdios. A ver pela forma como está o país, tudo – mas tudo mesmo – será válido.
Se precisarem de mais espaço sintam-se na liberdade de escrever por cima das minhas palavras, ou de usar outra folha (ou outras).
Porque hoje, desculpem-me, eu faço silêncio.