o riachense

Quinta,
25 de Abril de 2024
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Sopram os ventos
histórias e devaneios do dia a dia
Ai o meu umbigo

Ai o meu bolso, ai o meu canário, ai o meu umbigo (qualquer chavão do género aqui serve), está instalada mais uma crise política no país. No dia 23 Março 2011 assistimos ao desfecho de mais uma irresponsabilidade dos tipos que nos deviam estar a governar (apesar os lá colocarmos com essa esperança, a maioria está lá para se governar), por causa de falta de consenso e bom senso e vontade de trabalhar em conjunto pela estabilidade do país. O partido do governo e os outros com assento parlamentar provocaram mais uma crise política em que o grande prejudicado vai continuar a ser o povo pagador de impostos e com um custo de vida cada vez mais difícil de suportar.
Ou seja o que conta para todos estes partidos políticos é o seu próprio umbigo inchado, e não o umbigo do povo que cada vez anda mais encolhido. De todas as saídas possíveis para uma eventual crise, em que já se adivinhava este desfecho, e que provoca mais uma vez eleições antecipadas (que os nossos impostos vão pagar, tanto os custos do acto em si como a campanha eleitoral dos tipos que vão continuar a acusar os outros de tudo o que acontece de mal no país sem nunca admitirem a sua cota parte na desgraça). Neste país democrata em que o povo, mal ou bem, tem sempre uma palavra a dizer, vivem pequenos partidos totalitários em que a palavra do chefe é sagrada e não pode ser contestada sob a pena de castigo ou expulsão, continuamos a ver quem não quer ouvir as palavras de consenso que deveriam reger uma verdadeira democracia. Continuam a não ser responsabilizados pelos maus actos que nos levam cada vez mais para o fundo, enquanto certas elites continuam na onda de cima a gozar do bom e do melhor.
Não se advém nada de novo no próximo governo; já podemos adivinhar os discursos do costume. Se ganhar um partido diferente, lá vem a desculpa de que não tinham o real conhecimento das finanças, e que afinal está tão mau que não podem fazer nada por nós (mas para eles arranja-se sempre qualquer coisinha, mesmo sabendo que nós vamos ficar ainda piores). Se for de novo a equipa dos que agora estão de saída, lá vem o discurso de que afinal tinham razão e que como não os deixaram trabalhar, agora está tudo mais complicado e mais caro.
Este poço em que os sucessivos maus governos nos vão metendo, um dia chega ao fundo e depois nem há nada para o povo que merece melhores condições, nem para nenhum dos amigos dos governantes - todos sabemos que os favores pagam-se caro e que em lugar algum os almoços são grátis.
Notícias divulgadas pelos jornais nos últimos dias, dão conta de haver a possibilidade do executivo do Sócrates continuar a ter alguma vantagem em ser reeleito em relação a um executivo do Coelho. Seja como for, enquanto estes senhores não ganharem vergonha na cara e perceberem que o que conta é o povo deste país e não o seu umbigo, estamos bem tramados, e quer seja através do aumento do IVA, ou de qualquer outro imposto, quer seja através de congelamento ou redução de salários, a realidade é que cada vez mais estamos tramados e que a população cada vez mais endividada e a passar fome cresce todos os dias.
Já foi anunciada a decisão do presidente da República sobre a data das próximas eleições, (no dia 31 de Março, se o Cavaco se distraísse e fizesse o anúncio no dia seguinte, ainda podíamos pensar que era uma peta do dia das mentiras). Não sei se o 5 de Junho é uma data bem pensada, mas parece se fosse para o fim-de-semana seguinte, eu podia desde já garantir uma abstenção enormíssima. Por um lado porque o pessoal está farto e em vez de ir às urnas expressar a sua opinião e assumir a sua responsabilidade, prefere ignorar o facto e deixar andar. Por outro lado, porque que no fim-de-semana seguinte há o feriado de dia 10 a uma sexta-feira, adivinhando-se grandes passeios de final de primavera, também nesse fim-de-semana com os festejos dos santos populares e o feriado de dia 13 em Lisboa, haveria concerteza muita gente que usaria a desculpa para não participar. Acho que o Cavaco não se lembrou disso, porque senão era capaz de marcar para essa data para ver se o nível de abstenção era superior ao da sua reeleição.
E por falar em Cavaco reeleito, parece que alguns elementos dos partidos de esquerda andam a levantar a hipótese de se juntarem numa coligação para as próximas eleições. Eu sinceramente não acredito nisso, pois se nem foram capazes de o fazer para derrotar um candidato presidencial apoiado por toda a direita, (viu-se o resultado, numa luta que era o Cavaco contra meia dúzia de adversários, a vitória ficou para o 2.º lugar – o 1.º era alguém de nome Abstenção, mas como não foi encontrado, o seguinte subiu um lugar no pódio), não é agora de certeza que o vão fazer, pois mesmo que o não queiram admitir, o umbigo deles é igual ao dos outros e apesar de muita semelhança no discurso ainda há muita diferença na atitude.  
Têm havido também nos últimos dias (e vai continuar a haver sempre) uma grande vaga de manifestações de descontentamento e de luta. Quer tenham o nome de “à rasca”, quer tenham o nome de “precariedade” ou outro qualquer, viu-se que até aqui, alguns dos próprios participantes criticavam os intervenientes de outra manifestação em que não participaram, apenas pelo facto de que foi convocada por outra cor ou grupo. Ora quer-me parecer que o objectivo de todas elas era o mesmo, o de dizer aos senhores deste país : BASTA, ESTAMOS FARTOS DA VOSSA INCOMPETÊNCIA, ESTÁ NA HORA DE OLHAREM PARA O FUTURO DESTE PAÍS E DE FAZEREM AQUILO PARA QUE FORAM ELEITOS. Ora se nem aqui nos conseguimos unir e mostrar que estamos todos do mesmo lado, é lógico que vamos continuar à rasca e precários por muito mais tempo, e que o futuro está bem mais do que negro ou empenhado, está uma desgraça completa.
No passado dia 26 de Março, também houve eleições ali para os lados de Alvalade, em que foi eleita a nova direcção do Sporting, também com um “governo” demissionário. Aquilo revelou bem a tristeza que o país atravessa; depois de vários dias em que os diversos candidatos trocaram acusações de incompetência entre si e outras um pouco mais ofensivas, houve também a promessa de vários milhões para resolver os problemas do clube, e como o resultado não agradou a todos, houve uma série de desacatos e de questões duvidosas que serviram de tema de conversa durante mais uma série de tempo, mas que nunca serão comprovadas nem ajudam a credibilidade das instituições.
Ora isto é um pouco como o governo, os problemas não se resolvem com promessas que não se cumprem e com troca de ofensas entre os intervenientes, só se resolvem de uma maneira, que é com respeito e com trabalho, muito trabalho diga-se de passagem.
Mas nem tudo são más noticias, ainda este mês de Abril vai aparecer numa conhecida loja de discos toda a discografia em cd do grande Zeca a um preço económico. Uma boa ocasião para voltar a ouvir as palavras de quem nunca se deixou enganar por políticos nem esmorecer por misérias.

O 25 de ABRIL foi há 37 anos, não esqueçam de manter viva a sua chama.
Actualizado em ( Quinta, 07 Abril 2011 13:28 )  
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