o riachense

Quinta,
25 de Abril de 2024
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O CARACOL CHATO!

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Os milagres da Primavera

 

Quer se queira quer não a Primavera é um milagre de dimensão fantástica. Quase sem nos apercebermos, cá está ela a marcar cada ano, num ritmo de extrema precisão, avisando-nos da importância do rigor e da disciplina. A força mágica, que transporta, cobre a terra de esperança.
A nossa Primavera, esta de 2011, surgiu perturbada por imensas, estranhas e complexas convulsões. A vasta agitação, movida pelos decadentes apanágios do dinheiro, varreu o Mundo. Doses extremas de ganância desestabilizaram os ténues caminhos da harmonia e eis que as estruturas foram ruindo aqui e ali. Portugal, pobre e periférico, não escapou a esta hecatombe. Doente e arrastando-se, eis que a ganância ainda se entretém num festim com o que resta. Observe-se como os abutres chegam ao tutano, lambuzados, aumentando consecutivamente juros, através das decisões dos seus cães de guarda chamados de Moody’s e coisas parecidas e que vivem em agências de notação! É sugar enquanto dura…
O dinheiro continua a ser um mistério muito bem guardado. Sabemos que ele circula, pois abandona-nos a um ritmo alucinante! E desaparece… escoa-se… e cai nalgum lado. Terá que haver um funil. Ou muitos funis! É isso, os bancos são os funis! E no fundo do funil haverá a tal elite, misteriosa, sem rosto…Mas nem vale a pena fazermos exercício para encontrar tais tesouros. Só o que sei é que os ricos estão a ficar mais ricos e os pobres daqui a pouco já nem isso são. Mesmo assim os bancos avisam que querem mais “matéria-prima” para trabalharem. Exigem que os estados abram os mecanismos e os encham dessa brilhante matéria-prima para depois a revenderem aos mesmos estados a simpáticos juros. E cá estão eles… os homens sem rosto. Já nem sabemos se são do FMI ou do “F…E…E…F”! Mas tanto faz! Se nos vêm ajudar, Deus assim o queira, já que abandonados estamos. Sim abandonados… pois nem uma palavra vem do mais alto posto? Como seria numa casa onde todos ralham, vêm os vizinhos para ver se ajudam ou não, tudo berra e o pai não se pronuncia, nem se impõe, nem esclarece, nem acalma e nem sequer um murro na mesa dá? Com tal bagunça, quem é que confia em quem… digam lá?
Mas acredito na força da natureza e na dinâmica da Primavera. Abrir-se-á a visão suficiente para que todos os portugueses se entendam. Quem percebam quem é quem. Quem se repasta e quem realmente é canibalizado! Saberemos entender que quanto mais nos digladiamos em malabarismos políticos, mais os nossos bolsos eles, os abutres, vão esvaziando e em frágeis esqueletos nos deixarão.
Tive um sonho no qual vi Cavaco Silva dirigir-se ao país. E disse para termos calma. Sejais fortes. Não sois órfãos nem abandonados, nem desquitados, mas sim um povo que sabe bem onde está a verdade. E disse que, com toda a sua experiência, irá acabar com as demagogias. Com as acrobacias mais vis. Que vai tirar a venda dos olhos da justiça para que ela veja bem o caos que tem gerado. E pediu desculpa por só agora se ter apercebido de toda esta tempestade! E acordei. Horrorizado, vi que não… não falou! Não tranquilizou! Ninguém sabe por onde anda a verdade… e todos continuam a ralhar… os homens sem rosto lá vão apanhando o fio à meada e consertando tranquilamente o funil. E o vazadouro vai de novo recomeçar…Mas tenho esperança que esta Primavera há-de ser diferente. Doravante muita coisa não mais será como era.
Desculpem lá, mas tudo isto tem sido uma grande chatice.

 

Actualizado em ( Quarta, 20 Abril 2011 16:00 )  
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