o riachense

Quinta,
25 de Abril de 2024
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  Não somos pobres

 


Vim de uma terra distante, de um país desconhecido, situado para lá da Via Láctea.
Cheguei, pendurado em fraldas de penas, numa gaivota. Sim gaivota… Mas alguém ainda acredita na velha história da cegonha?
Aterrei num ninho de pombos. Com ou sem intenção foi aqui que fui deixado. Tenho um nome muito bonito, mas como não gosto dessas “mariquices” podem chamar-me apenas M –  de mágico, de maravilhoso, de macho… M. apenas!
Não tenho recordações do meu planeta… Não lhe reconheço o nome, nem o paladar, nem as cores. Também não importa. Adoptei este novo sítio. Adoro!
Existem milhares de lugares por este mundo fora, mas nenhum consigo equiparar a esta região, que escolheram por mim – e muito bem, ressalve-se – para viver.
Podia correr este planeta e outros tantos, que não encontraria tantas coisas boas.
Para os que não estão a perceber o meu discurso, falo do Ribatejo – este coração de Portugal, que o alimenta de vida.
Somos ricos! Porquê? – Perguntam os mais desatentos…
Porque temos pessoas sábias, mestres nas artes de pescar, de tourear, de dominar animal e máquina. Temos sapientes de lavrar e de sustentar famílias inteiras.
E temos águas boas e abundantes e terrenos férteis e produtivos. E um clima temperado que permite uma qualidade de vida invejável para muitos.
Temos o Tejo, com todo o seu esplendor, que em tempos nos batia à porta e entrava sem pedir licença. Com ele, as alvercas encantadas a darem a sua graça, decorando as paisagens com tons vivos e apelativos, e a acolherem uma fauna e uma flora riquíssimas.
- Mas não somos só nós que temos o Tejo, alertam-me os senhores leitores.
Pois não, respondo. Este é apenas uma parte (não sei se grande ou pequena, mas não deixa de ser uma parte).
Temos História e tradição fortes e vincadas. Temos cor, temos ousadia, temos força e vontade. Temos identidade – coisa rara hoje em dia.
Chamem-me M! M de maravilhado.
Mas chamem-me D, também, de deslumbrado, ou F de fascinado. Porque na realidade sou tudo isto.
Podem até não concordar, e nesse caso chamem-me S de sonhador.
Como li num e-mail há uns dias, nós não somos pobres, somos é parvos!


 

Actualizado em ( Quarta, 04 Maio 2011 15:39 )  
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