o riachense

Quarta,
08 de Maio de 2024
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Mária Pombo

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  Só hoje

 


Hoje apetece-me tirar os fardos que tenho em cima. Falar-vos das minhas dúvidas, das minhas incertezas, das minhas conquistas. Falar-vos dos meus sonhos, os de menina e os de mulher. Falar-vos dos meus tormentos e das minhas mais belas esperanças.
Hoje queria ter convosco uma daquelas conversas que se tem com “a Ana”, que é o mesmo que dizer com aquela amiga imaginária, a única a quem contamos tudinho.
Hoje apetece-me vestir o pijama e ficar aqui entre devaneios, teorias de algibeira ou grandes dissertações. Só.
Apetece-me saltar à corda, correr até ficar cansada. E depois deitar-me no chão e concentrar-me nas minhas dores, nos meus poros mais suados, fazer o exercício de respiração que aprendi no teatro. E soltar-me. Falar-vos das minhas dúvidas, das minhas conquistas e dos meus sonhos. Falar-vos do que estou disposta a fazer para os concretizar.
Mas eu tenho sonhos? Há sempre aquele sonho de criança. Mas e os outros? A cada dia uns sonhos surgem, outros perdem-se por caducidade.
Hoje queria rir convosco às gargalhadas. Exercitar o potencial das cordas vocais e os músculos da barriga. Rir até doer a barriga. E ficar feliz com essa dor.
Hoje queria vestir a minha roupa mais confortável, andar descalça pelo chão, comer pão com azeitonas e beber sumo de laranja. Afinal gosto de sumo de laranja. Apetece-me gostar de sumo de laranja.
Mas hoje vou ser uma pessoa correcta. Atenção, este pode ser o grande momento desta crónica! E soam os tambores, e ouve-se o corte de respiração, as reticências em forma de “suspense”… Os aplausos a serem preparados.
Esqueçam… Era só uma brincadeira.
Aprendi que se queremos conhecer uma realidade devemos adaptar-nos a ela e vivê-la, nem que por breves instantes; devemos entrar no meio, fazermo-nos passar por um dos membros do grupo ou da comunidade em questão.
Por isso, hoje queria vestir o meu melhor traje de palhaço para me poder infiltrar no Governo, no meio daqueles queridos senhores. De outra forma será difícil conseguir tão reais parecenças.
O que eu queria mesmo era falar-vos, só hoje, em tom emotivo. Mas estes queridos senhores, que tão bem falam e quase fazem magia, não me deixam. Não deixam, pronto. Não consigo ser séria com a minha roupa de palhaço. Nem eles, pelos vistos.

 

Actualizado em ( Quarta, 08 Junho 2011 16:25 )  
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