o riachense

Sexta,
26 de Abril de 2024
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Mária Pombo

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Melancolia


As palavras já não chegam… Ou já não servem. Foram levadas de nós, estavam a mais. Ficou o silêncio. Colossal. Assustador. Imperioso. O silêncio inundou este espaço, alegre até então. Entrou e instalou-se, como se fosse o senhor e o dono do mundo.
As palavras já não cabem… Ou já não valem. Foram embora sem se despedirem, sem deixarem um bilhetinho. Ficou a história. Forte história. A nossa história. Sem precisar de ser grande, conta aquilo que um dia fomos. Sabe de nós. Conhece-nos bem.
As palavras já não estão. Partiram sem percebermos. Já não moram cá. Que distraídos que somos! Ficou a memória. Para nos recordar do que um dia fomos. Para nos mostrar quem somos. Para nos fazer sorrir. Para permitir que ao fecharmos os olhos entremos naquele mundo que um dia foi nosso. Para nos elevar o ego.
As palavras já não valem… Já não cumprem o seu papel. Pé ante pé deixaram este espaço. Ficou o vazio. Vazio que se faz sentir de uma forma estrondosa. Vazio que fere, que deixa marca. Que magoa. Vazio que ficou e não quer fugir. Que não tem cor. Nem preto nem branco, nem às pintas nem de forma nenhuma. E este espaço agora parece imenso.
As palavras já não surgem… Já não importam. Ficou a almofada de riscas coloridas. Suave e aconchegante. Que nunca se queixa e sempre ouve, sempre abraça. Que recebe as lágrimas. Que se deixa sujar por vestígios do lápis preto dos olhos que usamos para disfarçar o cansaço.
As palavras já não pintam… Sim porque as palavras pintam o mundo, quando as olhamos com olhos meigos. Ficou o nada. O nada que nada é, que não tem forma nem feitio. Que não fala nem ouve, nem nada. Coisa nenhuma.
As palavras já não aconchegam… Já não amparam. Ficou a dor. O corpo dói. Esta parte estranha do peito, onde temos a mania de colocar a maior das alegrias e a maior das tristezas, dói. Dói com uma dor que parece gritar. Grita em nós. E nós silenciamo-nos por ela. Ficamos imóveis.
As palavras já não gritam… Já nem sussurram. Fica a saudade.

 
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