o riachense

Sbado,
20 de Abril de 2024
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Mária Pombo

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Tão burrinha

 


Deixo escapar um sorriso ligeiro. Não sei o que pretendo com ele nem se o mesmo significa algo. Talvez seja apenas um sorriso ligeiro, uma lembrança que passou e causou este efeito.
Há sensações boas, e mesmo no meio da poeira conseguimos encontrá-las. Hoje sinto-me meio atónita, num conforto desconfortável. Estranhamente povoada de mim.
É dia, e eu geralmente só escrevo de noite. Por motivo nenhum aparente; apenas porque à média luz a inspiração chega mais depressa e torna-se mais facilmente perceptível aos dedos, que a traduzem.
Nesta cabeça pequenina e carregada de sonhos e de ideias surgem imagens às cambalhotas… Porque motivo atribuímos sempre à cabeça esta coisa da imaginação e ao coração aquelas coisas sentimentais e melosas?
É com os olhos que vejo, com os dedos que escrevo… Se ando descalça sinto o chão frio e se bebo uma bebida quente é a língua que fica queimada… E é esta combinação que me faz sentir e pensar, e querer e rejeitar.
Há uns dias, no banho, pensei no quão inteligente foi o indivíduo que teve a capacidade de pensar o tempo. Não é só uma questão de perceber que o mundo está em constante rotação, mas também me parece incrível como é que alguém um dia inventou termos como “dia”, “hora” e por aí fora.
Depois, a capacidade de organizar esta informação em termos numéricos… Uma coisa é a orientação através do sol, outra é a capacidade de organização. Porquê sessenta segundos e não outros quaisquer? Porquê vinte e quatro horas e não vinte e cinco, ou trinta? Como é que, de facto, tudo isto bate certo? Quanto tempo terá passado desde a primeira pessoa que se lembrou disto até à última que transformou esta teoria numa espécie de regra, de algo que é tão natural?
E deixo-me invadir por estas coisas estranhas… Deixo-me levar, à luz do dia, numa viagem de mil destinos.
Gosto de viagens imaginárias, dos cheiros e dos sabores que, sem conhecer, descubro e sinto. Gosto de viagens longas, mesmo que esta longitude apenas se traduza em poucos segundos e seja eu a única a senti-la e a apreciá-la. Gosto de pensar que sou inteligente mas depois lembrar-me da primeira pessoa que inventou isto ou aquilo… E quando dou por mim está a passar-me pela cabeça algo como… “Mária, afinal és tão burrinha…”

Actualizado em ( Quarta, 03 Agosto 2011 15:53 )  
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