o riachense

Quinta,
25 de Abril de 2024
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Luís Pereira

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Chuva no deserto

 

Um riachense no Mali

Sábado. Enfim, partimos às 6 e meia da manhã. Avançámos à velocidade de 25Km por hora. Locais já trilhados em dias anteriores, estavam irreconhecíveis. A água fez bastantes estragos. Chegámos a Lekseiba, a água do Gorgol estava a meio metro das pontes. 2Km depois a estrada estava cortada. Havia acampamentos por todo o lado, carros, 4x4 e camiões. Da margem onde nos encontrávamos até ao outro lado eram 200 metros. O Rodrigo olhou, e disse, nós passamos. Passámos e ficou tudo a bater palmas. A água chegava à altura do capô, conseguimos atravessar. Depois de passarmos, outras viaturas nos seguiram. Andámos cerca de 10 km até Jericaia, onde vive a mulher do Sy. Deixámos lá o arroz, o sal, o óleo e o resto. Continuámos, a estrada estava cada vez pior, assemelhava-se a uma pista de trial.
Após Mbout a estrada melhorou e pudemos aumentar a velocidade, as travessias dos rios fizeram-se sem grandes dificuldades. Vimos embondeiros, grandes árvores, que estavam no meu imaginário desde os bancos da escola.
Quando pensávamos que o pior já ficara para trás, chegámos a Garfa, a estrada estava cortada. A quantidade de água era enorme, o ruído da água a passar por baixo e por cima da ponte era tão grande que impressionava. Chegaram dois gendarmes junto a nós um deles era de Lekseiba, conhecido do Sy, disse-nos que se não chovesse a norte da nossa posição talvez pudéssemos passar perto das 14 horas, eram 12, achámos que estávamos com sorte, estavam ali pessoas há três dias…
Fomos almoçar, frango assado. De repente vimos uma giratória a deslocar-se na direcção na ponte e pensámos que seria da ENER, o que muito nos admirou. Terminado o almoço dirigimo-nos à zona do corte, estava lá a máquina, era da AFA, o operador, estava ali há três dias…
A força da água estava igual. O nível da água também. Começava a escurecer o dia, para norte, onde não podia chover. Não havia como passar, voltámos atrás. A trovoada seguia à frente, zonas onde tínhamos passado havia pouco estavam agora alagadas. Deixámos o Sy em casa com a esposa. Em Lekseiba o nível da água subira, desta vez a água passava sobre o capô… Chegámos ao estaleiro já de noite, tínhamos demorado 13 horas para fazer 320 km… A degradação da estrada aumenta cada dia.
Informámos o Jorge Ferreira, que o caminho para Selibaby estará inoperacional por longo tempo.
Esperamos por informações de Selibaby, sobre o caminho de Kiffa. São 770 km, convém saber como está antes de tentarmos a deslocação.
(1 de Setembro de 2007)

 
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