o riachense

Sexta,
26 de Abril de 2024
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Mária Pombo

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Num minuto


E em dez segundos toda uma estrutura forte pode estremecer. Como se fosse um daqueles edifícios anti-sismo, aparentemente inabaláveis, mas também imperfeitos de alguma forma. Porque a mão humana é imperfeita. E porque foram construídos por pela humana.
Não gosto de fazer planos. Disse, na edição anterior, que não gosto. Mas parece-me normal da minha, ou da nossa, natureza pensar no que temos de fazer daqui a pouco ou no que gostávamos de fazer amanhã. Ou nos dias seguintes.
Se me permitem, quero hoje que esta crónica seja uma ode aos lutadores, àquelas pessoas que mesmo quando estão cansadas continuam a batalhar pelo seu sonho e a motivar os que estão em seu redor, aparentemente mais fortes e mais capazes.
Incrível como dez segundos, num dia com vinte e quatro horas, conseguem abalar um corpo, fazer repensar a forma de agir e os objectivos de vida que demoraram anos a ser construídos. Incrível como dez segundos conseguem mudar os sonhos de uma pessoa, e das pessoas que a rodeiam.
Hoje esta crónica é vossa, senhores e senhoras de mãos enrugadas, gretadas e pele áspera, senhores e senhoras de pele macia, crianças e jovens de corpo esguio ou mais roliço. No fundo, esta crónica, pessoas humildes e de coração enorme, é vossa.
É vossa por serem exemplo, por terem apenas um sonho, que é viver, por serem capazes de sorrir quando já os músculos mal conseguem movimentar. É vossa porque são pessoas como vós que me motivam, que me fazem querer ser melhor todos os dias, lutar por algo todos os dias. E porque me fazem chegar à noite e, no meu silêncio, reparar que ainda tenho de percorrer muitos metros de estrada.
Não faço planos, ou tento não fazer, e mesmo quando os faço, num minuto posso refazer tudo outra vez. E repensar, e reorganizar e reconsiderar a previsão para as horas seguintes.
Num minuto… Apenas num minuto tudo muda. Um minuto tem segundos suficientes para isso.
Num minuto, uma crónica que seria sobre o regresso das noites frias em que só sabe bem ficar enrolada no cobertor, no quentinho, a ouvir a chuva lá fora passa a ser sobre os guerreiros que me mostram que, com frio ou com calor, somos responsáveis pelas coisas que cativamos e que tudo o que um dia vamos levar são as experiências por que passámos e os sorrisos que fizemos crescer no rosto de alguém.
Obrigada.

 
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