Luís Carlos Dias, presidente do Atlético: "A vida não está fácil para o Atlético mas temos a situação controlada"

Quinta, 24 Julho 2014 16:41 Desporto
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Provavelmente o clube vai voltar a suspender os juniores. O pelado dos Casais Castelos não consegure competir com os sintéticos na atracção de jovens atletas
 
A situação financeira do Clube Atlético Riachense nunca foi fácil, mas as dificuldades de tesouraria têm aumentado nestes tempos de crise, e até já se falou da eventual desistência de participar no CNS. A situação parece desanuviada, por agora, mas as dificuldades persistem.
O presidente do clube, Luís Carlos Dias, não esconde essas dificuldades, mas garante tem a situação controlada e que o futebol sénior não está ameaçado.

Qual a situação financeira do clube?
Temos uma vida apertada e temos ainda algumas dívidas da época anterior por saldar, mas a situação está controlada?

Que dívidas são essas?
Devemos ainda um mês de subsídios aos jogadores e faltam pagar quatro taxas de jogo, o que, neste momento nos impede de inscrever jogadores. Mas temos ainda por receber o subsídio do totobola que valerá qualquer coisa como cerca de 6 mil euros.

Já receberam os 43 mil euros do totonegócio?
Não, e se calhar nem iremos receber. Segundo nos informou o presidente aa AFS, a FPF pagou ao Estado o que tinha que pagar para desembrulhar a situação, mas a situação não se resolveu e as verbas ficaram retidas na mesma.

Falou-se da eventual desistência do CNS. Isso ainda está em cima da mesa?
Em princípio está ultrapassado, mas os riachenses têm que ter consciência que Riachos não tem condições nem estruturas par estar no CNS. Se não conseguirmos um mínimo de condições, teremos mesmo que pensar em desistir.
Cerca de 90 % dos clubes do CNS são profissionais ou semi-profissionais, e fica muito difícil a uma equipa amadora como a nossa bater-se de igual para igual com os outros.

Para este ano quais são os objectivos?
Vamos lutar pela manutenção. Mais não nos é permitido precisamente pela falta de condições.
Mas vamos ter que ter a colaboração e o apoio dos riachenses e das empresas de Riachos.

Qual o orçamento para a próxima época?
Estimamos os custos totais do clube num valor entre os 50 e os 60 mil euros, um valor muito baixo para uma equipa que disputa o CNS.

E já têm garantidas as receitas para esse orçamento?
Ainda não. Neste momento só temos cerca de metade das receitas asseguradas, pelo que nos faltam cerca de 25 mil euros para equilibrar o orçamento.

Queixam-se da falta de apoio do município. Como está a situação actualmente?
É público que a Câmara deixou de atribuir os subsídios institucionais em 2008 e nunca mais os retomou. Ora isto cria dificuldades ao clube. Por outro lado a edilidade também não tem cumprido os protocolos celebrados com o clube. Tive agora a notícia que vão regularizar uma parte do que está em atraso. Não deixa de ser bom, mas é preciso mais.

Os protocolos referem-se à comparticipação nos custos da água e da electricidade, mas o furo vai permitir cancelar a despesa da água?
É verdade. Por isso deixa de fazer sentido o protocolo com a água. Já falamos no assunto ao presidente da Câmara e ele está sensível para aumentar a comparticipação nos custos da energia e terminar o apoio na factura da água. Vamos ver o que se consegue.

Para quando a conclusão das obras no estádio?
O processo das obras vai-se desenvolvendo dentro das capacidades do clube. Temos tido bastante apoio na oferta de materiais. O furo até foi custeado por uma empresa de cá e o equipamento também foi oferecido por outras empresas, tal com as tintas e o cimento. O problema maior é a mão-de-obra. Tem sido também oferecida, mas depende sempre da disponibilidade de quem trabalha gratuitamente e não podemos impor calendários. Penso que no início da época a bancada dos sócios estará pronta e se possível o muro do lado da Raposa. Vamos ver o que se consegue.

O clube vai manter a aposta na formação?
Nos últimos anos mudou muita coisa neste aspecto. Hoje todos os clubes aqui à volta têm sintéticos, o que prejudica a atracção do Atlético para os miúdos jogarem no pelado.
Vamos repensar a situação e, provavelmente fazer um acordo com o Goleganense no que se refere ao futsete. Quanto aos outros escalões, devemos ter o de iniciados. Sobre os juvenis e juniores, nada está decidido. Pode ser até que não tenhamos estes escalões.

Sexta-feira há uma reunião de sócios. Qual é o objectivo?
Vamos falar sobre a situação do clube. Esclarecer certos aspectos da vida do clube e debater outros, para encontrar as melhores soluções.
 

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Actualizado em ( Segunda, 28 Julho 2014 11:23 )