José Moreira

Quinta, 08 Outubro 2009 15:34 Opinião
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Se eu fosse o presidente da Junta

"No que respeita ao ambiente, aí estamos péssimos.Não é aceitável que em certos dias boa parte da população de Riachos não possa abrir as janelas"

 

Interrompo os temas habituais para responder a um desafio que me lançaram. Como orgulhoso cidadão riachense, se fosse presidente da junta, o que é que me propunha fazer num mandato de quatro anos? Ora vamos lá…

Estou convicto que qualquer localidade que pretenda prosperar tem que preencher os seguintes requisitos:
1) Possuir um tecido empresarial que permita gerar emprego e riqueza;
2) Disponibilizar uma oferta de habitação variada e competitiva;
3) Ter um enquadramento geográfico, urbanístico e ambiental apelativo;
4) Estar dotada das infra-estruturas sociais desejáveis para os padrões de vida actuais;

No que respeita ao tecido empresarial, o futuro presidente da junta pode e deve exercer toda a pressão para desbloquear, promover e dinamizar as duas zonas industriais (Este e Oeste) que “diz-se” existirem em Riachos. Com bons acessos rodoviários e ferroviários e localizadas a 10 minutos da A23 e do futuro IC que ligará Almeirim a Tomar, só por total inépcia é que estas zonas industriais ainda não se tornaram num local de excelência para a fixação de muita e boa indústria. Como Riachense, solicito dinamismo.

Para que haja oferta de habitação interessante e a preços justos, pede-se que o próximo presidente da junta apenas exija à câmara de Torres Novas que cumpra a Lei. Para os menos atentos, Riachos está refém de um PDM da década de 80, quando este devia ser revisto por lei a cada 10 anos! Mesmo a suspensão do PDM deixa-nos nas mãos da subjectividade e generosidade de quem apreciar o processo, reduzindo a transparência e a vontade de construir. O que toda esta situação provocou, foi que os preços das casas dispararam nos últimos anos na nossa vila, sendo hoje mais barato ir comprar uma casa ou um terreno à Golegã ou mesmo ao Entroncamento. Como Riachense, solicito o cumprimento da lei para se pôr fim à especulação.

O enquadramento geográfico de Riachos é do melhor que pode haver, quer a nível nacional, quer regional (confrontamos com Torres Novas, o Entroncamento e a Golegã). É importante promover o diálogo com as três câmaras, congregar sinergias e tirar partido disso.
Em termos urbanístico, temos que reconhecer que Riachos não é uma vila particularmente bonita, ou com casas de bela traça (nalgumas zonas pelo menos). O futuro presidente pode no entanto interceder junto dos moradores e lançar uma campanha para tentar harmonizar a pintura das fachadas entre casas contíguas.

No que respeita ao ambiente, aí estamos péssimos. Não é aceitável que em certos dias boa parte da população de Riachos não possa abrir as janelas, devido aos cheiros emanados da fábrica do álcool. É justo reconhecer que a situação já foi pior mas também é verdade que as liberdades de uns acabam onde começam os direitos de outros. Ninguém está acima da lei. Como Riachense, solicito diplomacia, argúcia e coragem.

Por último, no que respeita a infra-estruturas, acho que Riachos até está bastante bem apetrechado (temos jardins-de-infância, escolas de 1º, 2º e 3º ciclo, centro de dia, centro de saúde, pavilhões desportivos…). Falta-nos no entanto um moderno parque infantil, de preferência com um bom jardim de apoio, onde os jovens pais possam proporcionar bons momentos aos seus filhos. Este é um factor a ter cada vez mais em conta quando os casais estão à procura de casa. Quer se aproveite o prometido Jardim de Riachos, quer se escolha outra localização, acho que já merecíamos algo parecido com o Jardim das Rosas em Torres Novas. Como Riachense, solicito tenacidade e capacidade de negociação.

Lanço assim algumas ideias e algumas características que acho importante que o próximo presidente da junta tenha. Espero sinceramente que o próximo presidente se reveja nestas linha de pensamento e venha com muita energia para abanar as coisas. Seguramente vai precisar. Saudações e votos de êxito.