Ao correr da pena
São zero horas e dez segundos do dia vinte e dois de Janeiro de dois mil e onze, véspera de eleições presidenciais. Finalmente acabaram os tempos de antena, os insultos, as acusações e as promessas raramente cumpridas por parte da maioria dos candidatos e seus correligionários. Uma triste figura e um mau exemplo de quem se candidata ao mais alto cargo da Nação.
Quando este inócuo arrazoado vier a lume já se sabe, ou não, quem é o novo Presidente. Resta a esperança que o Povo, livre e sabiamente, tenha escolhido a melhor opção.
Entretanto, com descaramento e sem vergonha, alguns responsáveis políticos afirmam que as coisas, economicamente, estão a melhorar. Só se esquecem de dizer que essa ilusória melhoria se deve ao aumento brutal dos impostos e ao ataque desavergonhado e abusador aos bolsos dos contribuintes.
Em relação aos programas de televisão, que deveriam ter por missão formar e informar, pouco deles se aproveita. Nos debates, mesas redondas ou seja lá o que for, é uma bagunça completa. Salvo raríssimas excepções, moderador e participantes competem ferozmente pelo tempo de antena, não se deixando ouvir uns aos outros. Os programas culturais e educativos são preteridos por telenovelas vampirescas e sensaboronas. A publicidade, que agora se chama pomposamente “ajuda à produção”, toma uma boa parte do tempo televisivo, impingindo, quase sempre, gato por lebre.
Mas as coisas, inexoravelmente, irão mudar. É costume dizer-se que “após a tempestade vem a bonança”. Num estado democrático, as más decisões dos governantes têm os dias contados. Esperemos que o bom senso e a eficácia na gestão do País se sobreponham aos compadrios, à sede do poder e aos mesquinhos interesses partidários. E a estabilidade, decerto voltará a imperar para benefício de todos nós.
Carlos Lima
22-01-2011